A perda começa onde o controle termina.
No mundo competitivo de hoje, onde as margens estão cada vez mais achatadas e a concorrência cada vez mais agressiva, detalhes podem significar a diferença entre o sucesso e o fracasso, a gestão de estoque emerge como um pilar fundamental. A frase "A perda começa onde o controle termina" nos remete para uma verdade dolorosa para muitos empresários: a negligência ou a falta de rigor na supervisão e controle dos produtos em estoque pode determinar se no final do exercício a empresa obteve lucro ou prejuízo.
Este artigo visa explorar como a ausência de um controle eficaz de estoque pode corroer a saúde financeira de uma empresa, destacando os pontos críticos onde a perda se instala e como evitá-la. Entender que o controle não é apenas sobre números, mas sobre a vigilância constante, responsabilidade e sobre dinheiro é o primeiro passo para garantir a prosperidade do seu negócio.
Onde o controle se perde
A afirmação de que "o empresário abre mão, não cobra mais sobre os erros e divergências, é nesse momento que se perde o controle" é crucial para entender a raiz do problema. Muitas vezes, a pressão e o “corre corre” do dia a dia, a complexidade das operações ou até mesmo a falta de conhecimento sobre a real dimensão dos problemas levam os empresários a uma postura de complacência.
Pequenas divergências no estoque, produtos que "desaparecem" ou que são repostos de forma incorreta podem parecer insignificantes isoladamente. No entanto, quando esses "pequenos" erros se acumulam e não são devidamente corrigidos ou verificados, se transformam em um ralo por onde o lucro escorre. A perda de controle não é um evento súbito, mas um processo gradual, alimentado pela falta de atenção aos detalhes e pela ausência de uma cultura de responsabilidade e rigor na gestão do estoque.
A quem interessa a bagunça seja nos processos ou no estoque? Essa é uma pergunta pertinente, mas que vamos responder em outro artigo. Fica a reflexão.
Os prejuízos escondidos nos detalhes do estoque
É nos detalhes do estoque que se escondem os maiores prejuízos. A gestão ineficiente não se manifesta apenas em grandes desfalques, mas principalmente nas pequenas falhas que, somadas, representam um rombo significativo no caixa da empresa. Vejamos alguns exemplos claros:
Produtos vencidos, parados e/ou encalhados
Um dos problemas mais visíveis e custosos é o acúmulo de produtos vencidos ou encalhados. Produtos vencidos tornam-se lixo, representando 100% de perda do valor investido. Produtos encalhados, por sua vez, são capital parado, ocupando espaço valioso no estoque e gerando custos de armazenagem ou financeiro sem retorno.
Divergências entre estoque físico e registrado
Divergências entre o estoque físico e o registrado no sistema são um problema comum e perigoso. Quando o sistema indica que há um produto disponível, mas ele não está fisicamente no estoque (ou vice-versa), isso gera vendas perdidas, atrasos na entrega, cancelamentos e insatisfação dos clientes. Essas informações distorcidas impedem uma visão clara do negócio, dificultando a reposição e a tomada de decisões estratégicas.
Reposição errada, desperdício de dinheiro e retrabalho
A reposição de estoque é um processo delicado que exige precisão. Com informações imprecisas, a chance de realizar compras erradas é alta. Comprar em excesso leva a produtos parados e aumento dos custos de armazenagem. Comprar pouco resulta em rupturas, perda de vendas e compras emergenciais mais caras. Esse ciclo vicioso gera desperdício e muito retrabalho.
Consequências da falta de controle
A falta de controle de estoque vai muito além dos prejuízos diretos. Ela desencadeia consequências negativas em diversas frentes:
Impacto financeiro direto e indireto
Além das perdas com produtos vencidos, há custos indiretos como estocagem de produtos parados, transporte para entregas emergenciais e capital de giro preso. Isso compromete o fluxo de caixa, obriga a recorrer a empréstimos caros e dificulta investimentos.
Perda de competitividade
Empresas com problemas de estoque perdem agilidade. Rupturas significam vendas perdidas para concorrentes; excesso de estoque leva a promoções forçadas e margens menores. A reputação também sofre: clientes insatisfeitos buscam outras opções.
Dificuldade na tomada de decisões
Sem dados precisos de giro, demanda e custos, decisões passam a ser suposições. Isso aumenta riscos, gera compras erradas e perda de oportunidades de mercado.
A importância de um controle de estoque eficiente
Uma rotina bem implementada de gestão de estoque traz benefícios claros:
- Otimização de custos: eliminar desperdícios, reduzir perdas, evitar excessos e rupturas.
- Melhoria do fluxo de caixa: menos capital preso em estoque parado e mais dinheiro disponível para reinvestir.
- Aumento da satisfação do cliente: produtos certos disponíveis na hora certa.
- Tomada de decisões estratégicas: dados precisos para compras, tendências e planejamento.
História real: quando a organização virou hábito
Certo dia, fomos chamados para inventário em uma rede de cosméticos. O estoque estava em caos: caixas empilhadas, produtos misturados, vencidos e avariados. Exigimos um mínimo de organização e orientamos a equipe com checklist e boas práticas. Em poucos dias, o cenário mudou: prateleiras alinhadas, corredores livres, vencidos segregados. O inventário fluiu com precisão.
Na reunião final, o cliente disse: “Não sabia que era possível organizar, agora que sei vamos manter o estoque organizado não só para o inventário, mas para o dia a dia.” Desde então, a organização virou hábito.
Faça você mesmo - 4 passos para transformar seu negócio
Na maioria dos casos, o empresário não tem mão de obra ou mesmo não sabe por onde começar. Seguem 4 dicas práticas:
- Acompanhe os produtos de curva A (20% que representam 80% das vendas). Garanta sempre o estoque correto deles.
- Produtos parados: gere relatório de itens sem venda há 120 dias, confira fisicamente, validade e exposição. Faça promoções para liberar caixa.
- Estoques negativos: zere todos, monitore diariamente os que aparecem. Assim identifica cadastros duplicados, fatores de conversão errados etc.
- Invista em inventário terceirizado: processo isento e automatizado, sem fechar loja nem perder vendas. Resultado: saldo real de todos os produtos.
Conclusão
A perda começa onde o controle termina. Esta máxima deve ser um lembrete constante para todo empresário. Gestão de estoque não é tarefa secundária, mas estratégica. Ignorar detalhes e aceitar divergências é abrir as portas para prejuízos.
Investir em controle de estoque é investir na saúde financeira e competitividade da empresa. É garantir que cada item esteja onde deveria estar, quando deveria estar, e que a informação reflita a realidade. Não permita que a perda comece em seu negócio. Entre em contato com a Terceirease e descubra como podemos ajudar a transformar a gestão do seu estoque em diferencial competitivo.